A gravidez ectópica corresponde à nidação do ovo fora da cavidade uterina. O tipo mais frequente é a tubária. São fatores de risco para gravidez ectópica:
• História de gravidez ectópica prévia;
• Cirurgia tubária prévia;
• Infecções tubárias anteriores;
• Contracepção com progesterona ou DIU.
Muitas vezes ocorrem em gestante sem nenhum fator de risco.
A dor e o sangramento vaginal são os sintomas mais importantes da gravidez
ectópica. Em quase todos os casos a dor está presente. O sangramento pode ser de
pequena monta e/ou irregular, às vezes após pequeno atraso da menstruação.
O exame físico/ginecológico pode evidenciar presença de sangue no canal
vaginal, útero menor do que o esperado para a idade gestacional, amolecimento do
colo uterino e dor pélvica, às vezes mais localizada em uma região anexial onde se
pode palpar uma massa dolorosa. A eliminação de tecido coriônico pelo canal cervical, que pode ser evidenciada quando se dilui o mesmo em um tubo de ensaio com soro
fisiológico, identificando-se as vilosidades, confirma gravidez intrauterina. Nos casos
onde ocorreu rotura, podem estar presentes sinais e sintomas de hemoperitônio e
choque, com dor de forte intensidade, associada a abdome distendido e silencioso,
dor no ombro e abaulamento de fundo de saco vaginal. A punção do fundo de saco
vaginal posterior (culdocentese) à procura de sangue na cavidade abdominal pode ser
de grande valia quando se suspeita de rotura.
A dosagem da fração beta do hormônio gonadotrófico coriônico (βHCG) é de
fundamental importância no diagnóstico da gravidez ectópica. Um exame negativo
descarta a possibilidade de gravidez e um exame positivo a confirma, embora não
determine a sua localização. A duplicação dos níveis séricos de βHCG em 48 horas
sinaliza uma gravidez com desenvolvimento normal. Caso tal duplicação não ocorra,
trata-se de falha no desenvolvimento da gestação, podendo tratar-se tanto de uma
prenhez ectópica como de um aborto.
A ultrassonografia também pode ser indispensável na investigação dos casos
suspeitos de gravidez ectópica. A presença de gestação intraútero praticamente afasta
a possibilidade de ectópica, com exceção para os casos de gestações heterotópicas,
com incidência de 1/30.000. A visualização do saco gestacional e embrião com BCF
fora do útero confirma gravidez ectópica. Tumoração anexial com presença de líquido
livre no fundo de saco posterior aumenta substancialmente a suspeita diagnóstica,
devendo ser correlacionado com o exame clínico e o βHCG.
Níveis séricos de βHCG ≥ 1.500 mUI/ml IRP sem visualização de saco gestacional
intraútero fornecem alta probabilidade diagnóstica de gravidez ectópica.
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