quinta-feira, 31 de julho de 2014

• NOTÍCIA • Abandone 6 hábitos que favorecem a má digestão.

Azia, gases, sensação de estômago pesado e sonolência são sintomas que já acometeram todos nós pelo menos uma vez. Apesar de serem comuns a pessoas com condições crônicas, como a doença do refluxo gastroesofágico, esses males podem surgir em qualquer um que exagerou no prato ou não tomou os devidos cuidados na refeição - mesmo aqueles que seguem uma dieta equilibrada. Confira os conselhos dos especialistas e fique atento aos deslizes que podem causar má digestão:



1. Comer muito rápido
Ao comer rapidamente, cometemos dois erros cruciais - não mastigamos direito e não damos tempo suficiente ao nosso cérebro para perceber que estamos comendo. "Quando começamos a mastigar, nosso organismo libera uma enzima que facilita a quebra do alimento, iniciando o processo de digestão", explica o nutrólogo Fernando Bahdur Chueire, da Associação Brasileira de Nutrologia (Abran). Desta maneira, é fundamental triturar bem os alimentos antes de engolir, para que a enzima tenha tempo de agir, facilitando o trabalho do estômago e evitando que o órgão fique sobrecarregado - fator que deixaria a digestão mais lenta. Além disso, cada refeição deve ter duração de pelo menos 20 minutos. "Esse é o tempo médio que leva para o intestino liberar o hormônio que ativa o centro de saciedade do cérebro depois que começamos a nos alimentar", explica. Almoçar em menos tempo que isso não irá proporcionar a sensação de saciedade, fazendo que com a ingestão seja exagerada, dificultando a digestão e favorecendo problemas como refluxo. "Comer demais também torna o processo de digestão mais demorado, causando sensação de mal estar", alerta o nutrólogo. De acordo com o profissional, o ideal é comer até sentir-se bem e não até ficar "cheio".



2. Líquidos durante a refeição

"Quando alguém bebe muito líquido enquanto come, o estômago enche mais, podendo causar mal estar devido ao maior tempo de digestão necessário para esvaziar o órgão", aponta a gastroenterologista Mara. Tomar um copo de suco de até 150 ml, no entanto, não interfere de forma significativa na digestão e pode até facilitar o processo de mastigação. Mas a ressalva fica para as bebidas gaseificadas: elas provocam a dilatação do estômago, levando a uma maior ingestão de comida e prejudicando o processo digestivo. "Acompanhar a refeição com qualquer tipo de bebida não é recomendado apenas para quem sofre de doença do refluxo gastroesofágico, pois aumenta o risco de azia."


3. Jejum prolongado

Para entender porque o jejum prolongado interfere na digestão, é preciso conhecer o mecanismo do corpo que causa a azia. Na ligação do nosso esôfago com o estômago, temos um órgão chamado esfíncter esofágico inferior, uma espécie de anel responsável por permitir a passagem de comida e se manter fechado quando não estamos fazendo uma refeição. "Ele se abre para o alimento passar do esôfago para o estômago e, em seguida, deve se fechar para reter o que foi ingerido e impedir que os sucos gástricos atuantes na digestão subam para o esôfago, causando a azia", explica o gastroenterologista Ricardo Blanc, da Sociedade Brasileira de Gastroenterologia. Quando uma pessoa fica sem comer, o ácido gástrico produzido normalmente pelo estômago se acumula e pode refluir, irritando o final do esôfago e causando a azia. "Comer a cada três horas mantém o sistema digestivo em funcionamento, sem sobrecarga na produção de ácido gástrico", explica o gastroenterologista Luiz Eduardo Rossi Campedelli, do Hospital Albert Einstein.


4. Fumo e álcool

Você deve estar se perguntando por que o cigarro iria interferir na digestão, já que a fumaça se deposita nos pulmões. A resposta é simples: a nicotina, quando entra na corrente sanguínea, também vai para o sistema digestivo, e lá provoca a diminuição da contração do estômago, dificultando a digestão. "O uso contínuo do cigarro também enfraquece o esfíncter esofágico inferior, aumentando o contato do ácido gástrico com a mucosa esofágica e causando azia", diz o gastroenterologista Luiz Eduardo. Além disso, o tabaco altera o paladar e induz a produção de ácido clorídrico pelo estômago, o que facilita a infecção pelas bactérias Helicobacter pylori, causadoras da úlcera gástrica. Segundo o especialista, o cigarro ainda estimula a ida de sais biliares do intestino para o estômago, tornando suco gástrico mais nocivo ao organismo e intensificando o aparecimento de úlceras.

Com o álcool não é diferente. Quando ingerimos alguma bebida alcoólica, a substância logo é absorvida pelo nosso sistema gastrointestinal, irritando as mucosas do esôfago e do estômago e alterando as membranas do intestino, prejudicando a absorção de nutrientes. "Os resultados podem ser esofagite, gastrite e até diarreia", explica o gastroenterologista Ricardo Blanc. Já no fígado, o álcool vai alterar a produção de enzimas, sobrecarregando o órgão. "Ele passa a produzir mais enzimas para metabolizar o etanol, levando a uma inflamação crônica ou hepatite alcoólica, podendo evoluir para cirrose", completa. Outro órgão afetado pelo excesso de bebidas alcoólicas é o pâncreas, responsável pela fabricação de insulina e de enzimas digestivas. O álcool pode causar uma inflamação no pâncreas, e essa inflamação pode evoluir para uma pancreatite.

 

5. Roupas ou cintos apertados

Usar calças ou saias com elásticos apertados, bem como abusar dos cintos, pode apertar o estômago e obrigar a comida a retroceder para o esôfago. Após as refeições, seu estômago dilata por conta da produção de ácidos gástricos, e a pressão das roupas pode fazer com que esses ácidos retornem para o esôfago, causando azia e refluxo. Esse problema é mais intenso em pessoas que estão acima do peso, pois a obesidade aumenta ainda mais a pressão no estômago. Essa pressão pode empurrar o conteúdo do estômago para dentro do esôfago, causando azia.


6. Erros ao fazer exercícios

"Logo depois que você se alimenta, o organismo direciona maior fluxo sanguíneo para os órgãos envolvidos na digestão para que, dessa maneira, o processo seja realizado mais rapidamente", aponta o nutrólogo Fernando. Quando fazemos exercícios, por outro lado, quem solicita maior fluxo sanguíneo são os músculos. Assim, é fundamental esperar a digestão completa da refeição - que leva cerca de duas horas - para treinar, pois, do contrário, nenhuma atividade será bem realizada. Segundo o nutrólogo, a diminuição do fluxo sanguíneo ocorre até mesmo no cérebro e, por isso, é normal sentirmos preguiça, cansaço ou dificuldade de concentração logo após comer. O ideal, portanto, é esperar cerca de 15 minutos para voltar a trabalhar, estudar ou realizar outra atividade que exija atenção.


Fonte: Minha Vida

• QUESTÕES (COM GABARITO) • Semiologia e Semiotécnica [1].



1. A respeito do procedimento para verificação da Pressão Arterial - (PA) julgue os itens que se seguem e marque a alternativa CORRETA.

a) A posição recomendada para a medida da pressão arterial PA é a deitada.b) Pacientes com insuficiência renal devem ser orientados a ingerir água e aguardar a bexiga ficar cheia, e somente após deve-se verificar a PA.
c) Para verificação da PA deve ser utilizado manguito de tamanho adequado ao braço do paciente, posicioná-lo cerca de 2 a 3 cm acima da fossa antecubital, centralizando a bolsa de borracha sobre a artéria radial.
d) Palpar o pulso radial e inflar o manguito até seu desaparecimento é um procedimento para a estimativa do nível da pressão sistólica; após deve-se desinflar rapidamente, aguardar um minuto antes de inflar para aferir a PA. Este procedimento é necessário para estimar a pressão que deve ser exercida pelo manguito na verificação da PA.
e) Em um paciente adulto que tenha a circunferência do braço de 45 a 52 cm, deverá ser utilizado para verificação da PA um manguito com 12 cm de largura e 22 cm de comprimento.

2. A cobertura microambiental utilizada como curativo secundário para uma ferida infectada, infiltrada e de formato irregular, derivada de glicídio de cadeia longa e obtido a partir de algas, e que possui a capacidade de absorver grande quantidade de secreção denomina-se

a) película semipermeável.
b) gaze de algodão.
c) acetato de mafenida.
d) alginato.
e) hidrocoloide.

3. 

A partir da situação apresentada, assinale a opção correta a respeito da máscara de Venturi.

a) O uso da máscara possibilita que uma concentração constante de oxigênio seja inspirada, independentemente da profundidade ou da frequência da respiração, devendo-se observar se o fluxo de oxigênio está adequado ao tubo conector (válvula).
b) A velocidade de fluxo de 50% indica um fornecimento elevado de oxigênio, o que exige umidificação do sistema.
c) A máscara de Venturi possui uma bolsa-reservatório que deve permanecer inflada durante a inspiração e a expiração, para controle do fluxo de oxigênio.
d) Por ser um sistema de administração de baixo fluxo, a máscara deve ser mantida com boa vedação e adaptada à face do paciente, para garantir a oxigenação prescrita.
e) Como a máscara permite a entrada de oxigênio sob demanda, o que interrompe o fluxo de oxigênio durante a expiração, deve-se estar atento a qualquer esforço respiratório do paciente.

4. Considere o seguinte diagnóstico de enfermagem: “Desobstrução ineficaz de vias aéreas superiores, relacionada à presença de via aérea artificial, muco excessivo, cianose, inquietação e olhos arregalados”. Com base nessas informações, assinale a opção em que se apresenta uma intervenção de enfermagem correta para paciente com o referido diagnóstico.

a) Administrar medicamentos prescritos, como broncodilatadores, para promover a desobstrução das vias aéreas e favorecer a troca de gases.
b) Prevenir extubação espontânea.
c) Observar as tendências e as flutuações da pressão arterial.
d) Monitorar a fadiga muscular respiratória.
e) Aspirar a orofaringe após finalizar a aspiração da traqueia e interromper a aspiração traqueal, oferecendo oxigênio suplementar.

5. Para aferição da pressão arterial, o paciente deve estar

a) em posição de decúbito dorsal, com as pernas descruzadas, os pés justapostos e os braços estendidos junto ao tronco.
b) sentado, com pernas estendidas, o dorso recostado na cadeira e relaxado, com o braço abaixo da altura do coração.
c) sentado, com as pernas descruzadas, os pés apoiados no chão, o dorso recostado na cadeira e relaxado.
d) em qualquer posição, desde que livre de roupas nos membros superiores.
e) sentado e relaxado, não importando a posição das pernas.

6. A propósito da sistematização da assistência de enfermagem e da execução do processo de enfermagem em ambientes públicos ou privados, assinale a opção correta.

a) Durante a realização do processo de enfermagem, cabe ao técnico de enfermagem assistir o enfermeiro em planejamento, programação, orientação e supervisão das atividades de assistência de enfermagem.
b) O processo de enfermagem é um instrumento metodológico que orienta o cuidado profissional de enfermagem, mas não a documentação da prática profissional.
c) A execução do processo de enfermagem, que é privativa do enfermeiro, inclui a realização de ações ou intervenções determinadas na etapa de planejamento de enfermagem.
d) Em conformidade com a legislação vigente, o técnico de enfermagem e o auxiliar de enfermagem devem participar da execução do processo de enfermagem naquilo que lhes couber, independentemente da supervisão do enfermeiro.
e) O diagnóstico de enfermagem, que pode ser estabelecido por todos os membros da equipe multidisciplinar, é um processo de interpretação e agrupamento dos dados que culminam com a tomada de decisão em um dado momento do processo saúde e doença.

7. Considerando a sondagem nasogástrica, cabe ao profissional de enfermagem:

a) Observar a localização da sonda antes de administrar líquidos.
b) Posicionar o paciente em decúbito lateral direito para migração da sonda do estômago para o duodeno.
c) Observar o débito da sonda quanto ao aspecto, volume e cor, uma vez que é uma sonda com finalidade exclusiva para drenagem de secreções do trato gastrointestinal.
d) Manter decúbito dorsal do paciente, quando administrar a dieta.

8. Em relação aos sinais vitais, leia as frases abaixo e a seguir assinale a alternativa que corresponde à resposta correta:

I- Os sinais vitais são variáveis que evidenciam alterações do comportamento do organismo, e estão intimamente associados aos distúrbios dos sistemas circulatório, respiratório, neurológico e renal.
II- O coração de um indivíduo normal contrai na frequência de 60 a 100 vezes por minuto, sendo o pulso chamado de eucárdico.
III- A temperatura é regulada por termorreceptores no hipotálamo, sendo considerada como normal a temperatura corporal de 35° a 37,5°C.

a) Apenas a frase I está correta.
b) As frases I,II e III estão corretas.
c) As frases I e II estão corretas.
d) Apenas a frase III está correta.

9. Uma mulher, com 80 anos, encontra-se emagrecida e acamada. Durante o exame físico, o enfermeiro verificou a presença de uma lesão em região sacral compatível com uma úlcera de pressão em Estágio I. Considerando o tipo de lesão e as coberturas de curativos disponíveis no mercado, a prescrição de enfermagem para essa paciente poderia ser com:

a) Carvão ativado.
b) Clorexidina alcoólica.
c) Colagenase.
d) Ácidos graxos essenciais.

10. Em relação à coleta de sangue de doador, assinale a alternativa incorreta:
a) A aférese é um procedimento que consiste na retirada do sangue total do indivíduo, por máquina, permitindo a separação dos componentes sanguíneos por meio de centrifugação ou filtração em várias bolsas. Neste processo não há devolução de qualquer componente do sangue ao doador.
b) Podem doar sangue as pessoas saudáveis, com peso acima de 50 kg, que tenham idade entre 18 e 67 anos 11 meses e 29 dias. Podem ser aceitos candidatos à doação de sangue com idade de 16 e 17 anos, com o consentimento formal do responsável legal para cada doação. O candidato, a fim de possibilitar uma maior garantia de sua identificação, deve se apresentar ao serviço de hemoterapia com um documento que contenha sua foto.
c) A triagem clínica é realizada com o intuito de selecionar, dentre os candidatos apresentados, somente aqueles que preencherem os critérios desejáveis para um doador de sangue. Nessa fase, devem ser verificados, dentre outros, os dados de Peso;Pressão arterial (PA); Temperatura; Dosagem de Hemoglobina (Hb) ou do Hematócrito (Ht).
d) O sangue total deve ser coletado em uma bolsa descartável, estéril e múltipla (a tripla é a mais comumente utilizada em nosso meio), para permitir o posterior processamento, isto é, a separação do sangue total coletado em vários hemocomponentes.

GABARITO
1. D
2. D
3. A
4. E
5. C
6. A
7. A
8. D
9. D
10. A

terça-feira, 29 de julho de 2014

• NOTÍCIA • São Luís aprova jornada de 30h para profissionais de Enfermagem.

A capital maranhense estabeleceu jornada de 30 horas semanais para enfermeiros, técnicos e auxiliares de Enfermagem que atuam na rede de saúde municipal. A lei nº 5.863, de autoria do vereador Gutemberg Araújo, foi sancionada na quinta-feira (24/7) pelo prefeito de São Luís, Edivaldo Júnior.

A jornada de 30 horas é uma reivindicação histórica dos profissionais de Enfermagem, apoiada pelos conselhos regionais e pelo Conselho Federal de Enfermagem – Cofen. O Projeto de Lei 2295/2000 – PL 30h, que regulamenta a jornada de trabalho dos profissionais de Enfermagem em 30h semanais, está tramitando na Câmara, com apoio do Cofen, e aguarda votação.

A entrada em vigor da lei municipal reforça a luta pela aprovação do Projeto de Lei nº 2295/2000. Para a presidente do Coren-MA, Célia Rezende, a nova lei “é uma vitória para os profissionais de enfermagem da capital maranhense e embora beneficie, em um primeiro momento, apenas os profissionais da rede municipal, é um primeiro passo para uma mudança na rede particular e também na rede estadual de saúde”.


30 horas, uma demanda histórica – Neste mês de julho, o Projeto de Lei nº 2295/2000 – PL 30h foi colocado na pauta da Câmara, mas, apesar da mobilização da categoria e do plantão do Cofen para apoiar o projeto, não conseguiu ser votado. Desde 1955, projetos de lei tentaram estabelecer jornada semanal de 30h para a categoria. O atual projeto está tramitando há 14 anos e ganhou força desde 2009.

Fonte: Coren-MA

quinta-feira, 24 de julho de 2014

• NOTÍCIA • Paracetamol não tem nenhum efeito sobre dor nas costas, afirma estudo com 1.652 pessoas.

Estudo revela que o paracetamol não tem efeito sobre a dor lombar, colocando em dúvida a forma de combate mais recomendada pelos médicos para essa situação.

A pesquisa acredita que o repouso, a tranquilidade e a correção de postura teriam o mesmo efeito do paracetamol em pacientes com dores regulares nas costas.

Acredita-se que dores nas costas de baixa intensidade podem atingir duas em cada cinco pessoas em algum momento de suas vidas, desencadeada por problemas de postura, mau jeito ou movimentos bruscos. Na maioria das vezes, o paciente melhora em até 12 semanas, a base de analgésicos e repouso.

De acordo com pesquisadores australianos, o paracetamol é a “recomendação universal” dos médicos para aliviar a dor lombar, mas não há evidências de funcionalidade relacionando esses fatores.

O estudo foi baseado em teste com 1.652 pessoas com dores lombares agudas, em Sydney. Os voluntários tinham uma idade média de 45 anos e foram divididos em três grupos. Um grupo recebeu doses regulares de paracetamol três vezes ao dia (até 3.990 mg), durante quatro semanas. Outro grupo recebeu até 4.000 mg de paracetamol por dia, quando necessário, e o terceiro recebeu um placebo (pílulas falsas).

O estudo mostrou pouca diferença no número de dias que os três grupos levou para se curar, sendo uma média de 16 dias. Inclusive, no grupo que recebeu o placebo, a recuperação se deu um dia antes.

De acordo com o líder do estudo, o Dr. Christopher Williams, da Universidade de Sydney, o paracetamol é eficaz no tratamento de algumas dores agudas, como a extração de um dente e dor pós-operatória. Mas os resultados do estudo colocaram em dúvida o seu papel no tratamento da dor lombar.

"Os resultados mostram que deve-se reconsiderar a recomendação universal do paracetamol como principal combatente de dores lombares, apesar de entender que ele funciona muito bem para outros tipos de dores. É bom deixar claro que estamos falando de dores lombares, especificamente”, disse.

O paracetamol age bloqueando prostaglandinas no cérebro e na medula espinal, que está diretamente ligada à transmissão da dor. Além de comprimidos de paracetamol, a droga está disponível em muitos remédios de combate ao resfriado e gripe.
 

Fonte: Jornal Ciência

quarta-feira, 23 de julho de 2014

• SLIDE • Seminário de Bioquímica sobre vitaminas.

Seminário de Bioquímica sobre vitaminas.

• QUESTÕES (COM GABARITO) • Bioquímica [1].


1. Uma organela citoplasmática realiza a importante função de fornecer energia à célula por meio da respiração celular.

Esse processo compreende três etapas, sendo que as duas primeiras são, respectivamente:

a) Fosforilação Oxidativa e Acetil Coenzima A.
b) Fosforilação Oxidativa e Glicólise.
c) Acetil Coenzima A e Fermentação.
d) Fermentação e Glicólise.
e) Glicólise e Ciclo de Krebs

2. Considere as afirmações apresentadas a seguir. 

I. O rendimento energético total de cada molécula de glicose degradada até 6CO2 e 6H2O é de até 38 ATP. 
II. A utilização do oxigênio se dá nos cloroplastos. 
III. Em alguns microrganismos só conseguem 2 ATP por glicose. 

Com relação à fermentação, pode-se afirmar que, das afirmações, apenas 

a) a I está correta.
b) a II está correta.
c) a III está correta.
d) a I e a III estão corretas.
e) a II e a III estão corretas. 

3. Durante uma prova de maratona, à medida que o suprimento de oxigênio torna-se gradualmente insuficiente durante o exercício muscular intenso realizado pelos atletas, a liberação de energia pelas células musculares esqueléticas processa-se cada vez mais em condições relativas de anaerobiose, a partir da glicose.

O principal produto acumulado nessas condições é o:

a) Ácido pirúvico.
b) Ácido acetoacético.
c) Ácido láctico.
d) Etanol.
e) Ácido cítrico.


4. As proteínas são substâncias que estão presentes em todos os seres vivos. As proteínas são formadas por unidades menores, denominadas de:

a) ácidos nucléicos
b) aminoácidos
c) monossacarídeos
d) enzimas
e) ligação peptídica

5. As proteínas são nutrientes que participam da estrutura celular. Ao serem ingeridas por mamíferos, são degradadas sob ação de enzimas e do fluído gástrico e reaproveitadas pelo organismo.

A partir dessas informações sobre o processo de aproveitamento desse nutriente, é correto afirmar:

a) A ação enzimática aumenta a concentração de nutrientes no organismo.
b) A alimentação proteica variada supre o organismo de α-aminoácidos essenciais.
c) As enzimas promovem a condensação de carboidratos durante a formação de proteínas.
d) As enzimas são incorporadas aos produtos finais da degradação de proteínas no organismo.
e) As enzimas aumentam a energia de ativação e a velocidade de degradação de proteínas no organismo dos mamíferos.


6. Uma organela citoplasmática realiza a importante função de fornecer energia à célula por meio da respiração celular.

Esse processo compreende duas fases, a anaeróbia e a aeróbia, denominadas, respectivamente:

a) Fosforilação Oxidativa e Acetil Coenzima A.
b) Fosforilação Oxidativa e Glicólise.
c) Acetil Coenzima A e Fermentação.
d) Fermentação e Glicólise.
e) Glicólise e Fosforilação Oxidativa.

7. Durante a respiração celular, apenas 45% da energia liberada na combustão da glicose são armazenados pela célula, ou seja, 55% são perdidos sob a forma de calor. A célula eucariótica consegue armazenar a energia liberada na combustão da glicose por meio da:

a) Síntese de moléculas de ATP.
b) Síntese de AMP.
c) Degradação de moléculas de FADH2.
d) Oxidação de moléculas de ATP.
e) Redução de compostos nitrogenados.

8. A glicólise é um processo que compreende dez reações químicas, cada uma delas com a participação de uma enzima específica.

Assinale a alternativa correta em relação à glicólise anaeróbica.

a) É o processo responsável pela quebra da glicose, transformando-a em piruvato ou ácido pirúvico.
b) É realizada apenas em células animais e procariontes heterotróficos.
c) Promove a quebra da glicose no interior da mitocôndria.
d) Libera energia na forma de 38 ATPs.
e) Transforma ácido lático em ácido pirúvico.


9. A maioria dos seres vivos atuais obtém energia por meio da respiração celular, também chamada respiração aeróbica por utilizar o oxigênio atmosférico. Esse tipo de respiração compõe-se de três etapas: glicólise, ciclo de Krebs e cadeia respiratória.

Indique corretamente em quais compartimentos da célula ocorrem, respectivamente, essas diferentes etapas da respiração.

a) Citosol, mitocôndria, mitocôndria.
b) Citosol, citosol, mitocôndria.
c) Mitocôndria, mitocôndria, citosol.
d) Mitocôndria, citosol, mitocôndria.
e) Citosol, mitocôndria, citosol.

10. Com relação ao metabolismo celular, todas são afirmativas corretas, exceto:

a) O maior rendimento energético do processo de respiração aeróbia é principalmente devido à completa oxidação da glicose a CO2 e H2O.
 b) A glicólise e a fosforilação oxidativa são etapas do processo de respiração celular que ocorrem no interior das mitocôndrias.
c) Os aminoácidos, os monossacarídeos, como a glicose e os ácidos graxos, ao serem metabolizados pelas células, acabam transformando-se em acetil coenzima A, um substrato do ciclo de Krebs, também denominado ciclo do ácido cítrico.
d) O ciclo de Krebs, a cadeia respiratória e a fosforilação oxidativa, nas células aeróbias, são processos acoplados e ocorrem somente na presença de oxigênio.


GABARITO
1. E
2. C
3. C
4. B
5. B
6. E
7. A
8. A
9. A
10. B

• RESUMO • Anatomia do Sistema Nervoso.


  O primeiro indício de formação do sistema nervoso consiste em um espessamento do ectoderma, situado acima da notocorda, formando a chamada placa neural. Sabe-se que a formação desta placa e a subsequente formação do tubo neural tem importante papel na ação indutora da notocorda e do mesoderma. Notocordas implantadas na parede abdominal de embriões de anfíbios induzem aí a formação de tubo neural. Extirpações da notocorda ou mesoderma em embriões jovens resultaram em grandes anomalias da medula.
A placa neural cresce progressivamente, torna-se mais espessa e adquire um sulco longitudinal denominado sulco neural, que se aprofunda para formar a goteira neural. Os lábios dessa goteira fundem-se para formar o tubo neural. O ectoderma não diferenciado, então, se fecha sobre o tubo neural, isolando-o assim do meio externo. No ponto em que este ectoderma encontra os lábios da goteira neural, desenvolvem-se células que formam, de cada lado, uma lâmina longitudinal denominada crista neural. O tubo neural dá origem a elementos do sistema nervoso central, enquanto a crista dá origem a elementos do sistema nervoso periférico, além de elementos não pertencentes ao sistema nervoso.
Desde o início de sua formação, o calibre do tubo neural não é uniforme. A parte cranial, que dá origem ao encéfalo do adulto, torna-se dilatada e constitui o encéfalo primitivo, ou arquencéfalo; a parte caudal, que dá origem à medula do adulto, permanece com calibre uniforme e constitui a medula primitiva do embrião.
No arquencéfalo distinguem-se inicialmente três dilatações, que são as vesículas encefálicas primordiais denominadas: prosencéfalo, mesencéfalo e rombencéfalo. Com o subsequente desenvolvimento do embrião, o prosencéfalo dá origem a duas vesículas, telencéfalo e diencéfalo. O mesencéfalo não se modifica, e o rombencéfalo origina o metencéfalo e o mielencéfalo.
Durante a evolução do ser vivo vimos que os primeiros neurônios surgiram na superfície externa do organismo, tendo em vista que a função primordial do sistema nervoso é de relacionar o animal com o ambiente. Dos três folhetos embrionários, o ectoderma é aquele que está em contato com o meio externo do organismo e é deste folheto que se origina o sistema nervoso.
O telencéfalo compreende uma parte mediana, da qual se evagina duas porções laterais, as vesículas telencefálicas laterais. A parte mediana é fechada anteriormente por uma lâmina que constitui a porção mais cranial do sistema nervoso e se denomina lâmina terminal. As vesículas telencéfalicas laterais crescem muito para formar os hemisférios cerebrais e escondem quase completamente a parte mediana e o diencéfalo. O diencéfalo apresenta quatro pequenos divertículos: dois laterais, as vesículas ópticas, que formam a retina; um dorsal, que forma a glândula pineal; e um ventral, o infundíbulo, que forma a neurohipófise.
 

Cavidades do tubo neural: a luz do tubo neural permanece no sistema nervoso do adulto, sofrendo, em algumas partes, várias modificações. A luz da medula primitiva forma, no adulto, o canal central da medula. A cavidade dilatada do rombencéfalo forma o IV ventrículo. A cavidade do diencéfalo e a da parte mediana do telencéfalo forma o III ventrículo. A luz do mesencéfalo permanece estreita e constitui o aqueduto cerebral que une o III ao IV ventrículo. A luz das vesículas telencéfalicas laterais forma, de cada lado, os ventrículos laterais, unidos ao III ventrículo pelos dois forames interventriculares. Todas as cavidades são revestidas por um epitélio denominado epêndima e, com exceção do canal central da medula, contêm o líquido cefalorraquidiano (LCR), ou líquor.
O sistema nervoso central é aquele localizado dentro do esqueleto axial (cavidade craniana, com exceção dos nervos cranianos, e canal vertebral); o sistema nervoso periférico é aquele que se localiza no esqueleto apendicular. O encéfalo é a parte do sistema nervoso central situado dentro do neurocrânio; e a medula é localizada dentro do canal vertebral. O encéfalo e a medula constituem o neuro-eixo. No encéfalo temos cérebro, cerebelo e tronco encefálico. Pode-se dividir o sistema nervoso em sistema nervoso da vida de relação, ou somático, e sistema nervoso da vida vegetativa, ou visceral. O sistema nervoso da vida de relação é aquele que se relaciona o organismo com o meio ambiente, apresentando um componente aferente e outro eferente. O componente aferente conduz aos centros nervosos impulsos originados em receptores periféricos, informando-os sobre o que passa no meio ambiente. O componente eferente leva aos músculos estriados esqueléticos o comando dos centros nervosos resultando em movimentos voluntários.
 
O sistema nervoso visceral é aquele que se relaciona com a inervação e com o controle das vísceras. O componente aferente conduz os impulsos nervosos originados em receptores das vísceras a áreas especificas do sistema nervoso. O componente eferente leva os impulsos originados em centros nervosos até as vísceras. Este componente eferente é também denominado de sistema nervoso autônomo e pode ser dividido em sistema nervoso simpático e parassimpático.
 
 
 
 

O TECIDO NERVOSO:
O tecido nervoso compreende basicamente dois tipos de celulares: os neurônios e as células da glia (neuróglia). 

Neurônio: é a unidade estrutural e funcional do sistema nervoso que é especializada para a comunicação rápida. Tem a função básica de receber, processar e enviar informações.
Neuróglia: compreende as células que ocupam os espaços entre os neurônios e tem como função sustentação, revestimento ou isolamento, e modulação da atividade neural.
 
Os neurônios são células altamente excitáveis que se comunicam entre si ou com outras células efetuadoras, usando basicamente uma linguagem elétrica. A maioria dos neurônios possui três regiões responsáveis por funções especializadas: corpo celular, dendritos e axônios



O corpo celular é o centro metabólico do neurônio, responsável pela síntese de todas as proteínas neuronais. A forma e o tamanho do corpo celular são extremamente variáveis, conforme o tipo de neurônio. O corpo celular é também, junto com os dendritos, local de recepção de estímulos, através de contatos sinápticos.
 
Os dendritos geralmente são curtos e ramificam-se profusamente, à maneira de galhos de árvore, em ângulos agudos, originando dendritos de menor diâmetro. São os processos ou projeções que transmitem impulsos para os corpos celulares dos neurônios ou para os axônios. Em geral os dendritos são  amielinizados. Um neurônio pode apresentar milhares de dendritos. Portanto, os dendritos são especializados em receber estímulos.

A grande maioria dos neurônios possui um axônio, prolongamento longo e fino que se origina do corpo celular ou de um dendrito principal. O axônio apresenta comprimento muito variável, podendo ser de alguns milímetros como mais de um metro. São os processos que transmitem impulsos que deixam os corpos celulares dos neurônios, ou dos dendritos. A porção terminal do axônio sofre várias ramificações para formar de centenas a milhares de terminais axônicos, no interior dos quais são armazenados os neurotransmissores. Portanto, o axônio é especializado em gerar e conduzir o potencial de ação (corrente elétrica).
 
 
Tipos de Neurônios: são três os tipos de neurônios: sensitivo, motor e interneurônio. Um neurônio sensitivo conduz a informação da periferia em direção ao SNC, sendo também chamado neurônio aferente. Um neurônio motor conduz informação do SNC em direção à periferia, sendo conhecido como neurônio eferente. Os neurônios sensitivos e motores são encontrados tanto no SNC quanto no SNP. Portanto, o sistema nervoso apresenta três funções básicas:
  Função Sensitiva: os nervos sensitivos captam informações do meio interno e externo do corpo e as conduzem ao SNC;
  Função Integradora: a informação sensitiva trazida ao SNC é processada ou interpretada;
  Função Motora: os nervos motores conduzem a informação do SNC em direção aos músculos e às glândulas do corpo, levando as informações do SNC.
 
Classificação do neurônio quanto aos seus prolongamentos: a maioria dos neurônios possui vários dendritos e um axônio, por isso são chamados de multipolares. Mas também existem os neurônios bipolares e pseudo-unipolares. Nos neurônios bipolares, dois prolongamentos deixam o corpo celular, um dendrito e um axônio. Nos neurônios pseudo-unipolares, apenas um prolongamento deixa o corpo celular.
Sinapses: os neurônios, principalmente através de suas terminações axônicas, entram em contato com outros neurônios, passando-lhes informações. Os locais de tais contatos são denominados sinapses. Ou seja, os neurônios comunicam-se uns com os através das sinapses – pontos de contato entre neurônios, no qual encontramos as vesículas sinápticas, onde estão armazenados os neurotransmissores, agentes químicos liberados ou secretados por um neurônio. Os neurotransmissores mais comuns são a acetilcolina e a norepinefrina. Outros neurotransmissores do SNC incluem a epinefrina, a serotonina, o GABA e as endorfinas.
Fibras nervosas: uma fibra nervosa compreende um axônio e, quando presente, seu envoltório de origem glial. O principal envoltório das fibras nervosas é a bainha de mielina (camadas de substâncias de lipídeos e proteína), que funciona como isolamento elétrico. Quando envolvidos por bainha de mielina, os axônios são denominados fibras nervosas mielínicas. Na ausência de mielina, as fibras são denominadas amielínicas. Ambos os tipos ocorrem no sistema nervoso central e no sistema nervoso periférico, sendo a bainha de mielina formada por células de Schwann, no periférico, e no central, por oligodendrócitos. A bainha de mielina permite uma condução mais rápida do impulso nervoso e, ao longo dos axônios, a condução é do tipo saltatória, ou seja, o potencial de ação só ocorre em estruturas chamadas de nódulos de Ranvier.
Nervos: após sair do tronco encefálico, da medula espinhal ou dos gânglios sensitivos, as fibras nervosas motoras e sensitivas reúnem-se em feixes que se associam a estruturas conjuntivas, constituindo nervos espinhais e cranianos.
A superfície da medula apresenta os seguintes sulcos longitudinais, que percorrem em toda a sua extensão: o sulco mediano posterior, fissura mediana anterior, sulco lateral anterior e o sulco lateral posterior. Na medula cervical existe ainda o sulco intermédio posterior que se situa entre o sulco mediano posterior e o sulco lateral posterior e que se continua em um septo intermédio posterior no interior do funículo posterior. Nos sulcos lateral anterior e lateral posterior fazem conexão, respectivamente as raízes ventrais e dorsais dos nervos espinhais.

SISTEMA NERVOSO PERIFÉRICO:
 
É a parte do sistema nervoso que se encontra fora do sistema nervoso central (SNC). É constituído por nervos, gânglios nervosos e terminações nervosas. Os nervos se dividem em três tipos:
  • Nervos Sensitivos: são os nervos que tem o papel de transmitir os impulsos nervosos do órgão receptor até ao SNC;
  • Nervos Motores: conduzem o impulso codificado no encéfalo (SNC), até ao órgão efetor;
  • Nervos Mistos: tem o mesmo papel que os nervos sensitivos e motores ao mesmo tempo.
Os órgãos receptores são os órgãos dos sentidos (visão, audição, olfato, paladar e corpúsculos táteis) com conexões nervosas adaptada à transdução dos diferentes tipos de estímulos captados no mundo exterior (ver relação de receptores abaixo discriminados). Já os órgãos efetores são basicamente as glândulas e os músculos lisos e estriados. Podemos agrupar os receptores em: quimiorreceptores (recebem estímulos por meio de substancias permitem o sentido do olfato e paladar); fotorreceptores (estímulos luminosos que permitem a visão, cores, imagens, etc); termorreceptores (estímulos térmicos que permitem o tato, e estão localizadas em diferentes parte do corpo); mecanorreceptores (estímulos mecânicos de pressão, permite ser auditivos, táteis ou até mesmo a dor).

Diferentemente do sistema nervoso central, o sistema nervoso periférico não se encontra protegido pela barreira hematoencefálica.

É graças a este sistema que o cérebro e a medula espinhal recebem e enviam as informações permitindo-nos reagir às diferentes situações que têm origem no meio externo ou interno.
O sistema nervoso periférico, organiza-se em plexos e funções pode ser dividido em duas classes diferentes dependendo da origem ou terminação dos terminais nervosos que o constituem. Se os nervos começarem, ou acabarem, no encéfalo, temos aí os 'pares nervosos cranianos', mas se estes começarem na medula espinhal estamos perante 'pares nervosos raquidianos'. Quanto à funções pode-se distinguir o sistema nervoso autônomo e o somático.

SISTEMA NERVOSO CENTRAL:
O sistema nervoso central (SNC) recebe, analisa e integra informações. É o local onde ocorre a tomada de decisões e o envio de ordens. O sistema nervoso periférico (SNP) carrega informações dos órgãos sensoriais para o sistema nervoso central e deste para os órgãos efetores (músculos e glândulas).  O SNC divide-se em encéfalo e medula espinhal. O encéfalo corresponde ao telencéfalo (hemisférios cerebrais), diencéfalo (tálamo, hipotálamo, subtálamo e epitálamo), cerebelo, e tronco cefálico, que se divide em: bulbo, situado caudalmente; mesencéfalo, situado cranialmente; e ponte, situada entre ambos.
No SNC, existem as chamadas substâncias cinzenta e branca. A substância cinzenta é formada pelos corpos dos neurônios e a branca, por seus prolongamentos. Com exceção do bulbo e da medula espinhal, a substância cinzenta ocorre mais externamente e a substância branca, mais internamente.
Os órgãos do SNC são protegidos por estruturas esqueléticas (caixa craniana, protegendo o encéfalo; e coluna vertebral, protegendo a medula) e por membranas denominadas meninges, situadas sob a proteção esquelética: dura-máter (mais externa), aracnóide (média) e pia-máter (mais interna). Entre a aracnóide e pia-máter há um espaço (subaracnóideo) preenchido por um líquido denominado líquido cefalorraquidiano (LCR) ou líquor.
O encéfalo humano contém cerca de 35 bilhões de neurônios e pesa aproximadamente 1,3 kg. O telencéfalo é dividido em dois hemisférios cerebrais bastante desenvolvidos. Nestes, situam-se as sedes da memória e dos nervos sensitivos e motores. Entre os hemisférios, estão os ventrículos cerebrais (ventrículos laterais e terceiro ventrículo); contamos ainda com um quarto ventrículo, localizado mais abaixo, posteriormente ao tronco encefálico. São reservatórios do líquor, participando na nutrição, proteção e excreção do sistema nervoso.
Em seu desenvolvimento, o córtex, a parte mais externa do cérebro, ganha diversos sulcos para permitir que o cérebro esteja suficientemente compacto para caber na caixa craniana, que não acompanha o seu crescimento. Por isso, no cérebro adulto, apenas 1/3 de sua superfície fica "exposta", o restante permanece por entre os sulcos. O córtex está dividido em mais de quarenta áreas funcionalmente distintas, sendo a maioria pertencente ao chamado  neocórtex. Cada uma dessas áreas cerebrais controla uma atividade específica.
1. hipocampo: região do córtex que está dobrada sobre si e possui apenas três camadas celulares; localiza-se medialmente ao ventrículo lateral.
2. córtex olfativo: localizado ventral e lateralmente ao hipocampo; apresenta duas ou três camadas celulares.
3. neocórtex: córtex mais complexo; separa-se do córtex olfativo mediante um sulco chamado fissura rinal; apresenta muitas camadas celulares e várias áreas sensoriais e motoras. As áreas motoras estão intimamente envolvidas com o controle do movimento voluntário.
A região superficial do telencéfalo, que acomoda bilhões de corpos celulares de neurônios (substância cinzenta), constitui o córtex cerebral, formado a partir da fusão das partes superficiais telencefálicas e diencefálicas. O córtex recobre um grande centro medular branco, formado por fibras axonais (substância branca). Em  meio a este centro branco (nas profundezas do telencéfalo), há agrupamentos de corpos celulares neuronais que formam os gânglios da base - CAUDADO, PUTAMEN, GLOBO PÁLIDO e NÚCLEO SUBTALÂMICO, envolvidos em conjunto, no controle do movimento. Parece que os gânglios da base participam também de um grande número de circuitos paralelos, sendo apenas alguns poucos de função motora. Outros circuitos estão envolvidos em certos aspectos da memória e da função cognitiva. Algumas das funções mais específicas dos gânglios basais relacionadas aos movimentos são:
1. Núcleo caudado: controla movimentos intencionais grosseiros do corpo (isso ocorre em nível subconsciente e consciente) e auxilia no controle global dos movimentos do corpo.
2. Putamen: funciona em conjunto com o núcleo caudado no controle de movimentos intensionais grosseiros. Ambos funcionam em associação com o córtex motor, para controlar diversos padrões de movimento.
3. Globo pálido: provavelmente controla a posição das principais partes do corpo, quando uma pessoa inicia um movimento complexo, Isto é, se uma pessoa deseja executar uma função precisa com uma de suas mãos, deve primeiro colocar seu corpo numa posição apropriada e, então, contrair a musculatura do braço. Acredita-se que essas funções sejam iniciadas, principalmente, pelo globo pálido.
4. Núcleo subtalâmico e áreas associadas: controlam possivelmente os movimentos da marcha e talvez outros tipos de motilidade grosseira do corpo.
Evidências indicam que a via motora direta funciona para facilitar a iniciação de movimentos voluntários por meio dos gânglios da base. Essa via origina-se com uma conexão excitatória do córtex para as células do putamen. Estas células estabelecem sinapses inibitórias em neurônios do globo pálido, que, por sua vez, faz conexões inibitórias com células  do tálamo (núcleo ventrolateral - VL). A conexão do tálamo com a área motora do córtex é excitatória. Ela facilita o disparo de células relacionadas a movimentos na área motora do córtex. Portanto, a conseqüência funcional da ativação cortical do putâmen é a excitação da área motora do córtex pelo núcleo ventrolateral do tálamo.

DIENCÉFALO:
  Todas as mensagens sensoriais, com exceção das provenientes dos receptores do olfato, passam pelo tálamo antes de atingir o córtex cerebral. Esta é uma região de substância cinzenta localizada entre o tronco encefálico e o cérebro. O tálamo atua como estação retransmissora de impulsos nervosos para o córtex cerebral. Ele é responsável pela condução dos impulsos às regiões apropriadas do cérebro onde eles devem ser processados. O tálamo também está relacionado com alterações no comportamento emocional; que decorre, não só da própria atividade, mas também de conexões com outras estruturas do sistema límbico (que regula as emoções).
O hipotálamo, também constituído por substância cinzenta, é o principal centro integrador das atividades dos órgãos viscerais, sendo um dos principais responsáveis pela homeostase corporal. Ele faz ligação entre o sistema nervoso e o sistema endócrino, atuando na ativação de diversas glândulas endócrinas. É o hipotálamo que controla a temperatura corporal, regula o apetite e o balanço hídrico do corpo, o sono e está envolvido na emoção e no comportamento sexual. Tem amplas conexões com as demais áreas do prosencéfalo e com o mesencéfalo. Aceita-se que o hipotálamo desempenhe, ainda, um papel nas emoções. Especificamente, as partes laterais parecem envolvidas com o prazer e a raiva, enquanto que a porção mediana parece mais ligada à aversão, ao desprazer e à tendência ao riso (gargalhada) incontrolável. De um modo geral, contudo, a participação do hipotálamo é menor na gênese ("criação") do que na expressão (manifestações sintomáticas) dos estados emocionais.

TRONCO ENCEFÁLICO:

O tronco encefálico interpõe-se entre a medula espinhal e o diencéfalo, situando-se ventralmente ao cerebelo. Possui três funções gerais; (1) recebe informações sensitivas de estruturas cranianas e controla os músculos da cabeça; (2) contém circuitos nervosos que transmitem informações da medula espinhal até outras regiões encefálicas e, em direção contrária, do encéfalo para a medula espinhal (lado esquerdo do cérebro controla os movimentos do lado direito do corpo; lado direito de cérebro controla os movimentos do lado esquerdo do corpo); (3) regula a atenção, função esta que é mediada pela formação reticular (agregação mais ou menos difusa de neurônios de tamanhos e tipos diferentes, separados por uma rede de fibras nervosas que ocupa a parte central do tronco encefálico). Além destas 3 funções gerais, as várias divisões do tronco encefálico desempenham funções motoras e sensitivas específicas.
Na constituição do tronco encefálico entram corpos de neurônios que se agrupam em núcleos e fibras nervosas, que, por sua vez, se agrupam em feixes denominados tractos, fascículos ou lemniscos. Estes elementos da estrutura interna do tronco encefálico podem estar relacionados com relevos ou depressões de sua superfície. Muitos dos núcleos do tronco encefálico recebem ou emitem fibras nervosas que entram na constituição dos nervos cranianos. Dos 12 pares de nervos cranianos, 10 fazem conexão no tronco encefálico.

CEREBELO:
O cerebelo recebe informações do córtex motor e dos gânglios basais de todos os estímulos enviados aos músculos. A partir das informações do córtex motor sobre os movimentos musculares que pretende executar e de informações proprioceptivas que recebe diretamente do corpo (articulações, músculos, áreas de pressão do corpo, aparelho vestibular e olhos), avalia o movimento realmente executado. Após a comparação entre desempenho e aquilo que se teve em vista realizar, estímulos corretivos são enviados de volta ao córtex para que o desempenho real seja igual ao pretendido. Dessa forma, o cerebelo relaciona-se com os ajustes dos movimentos, equilíbrio, postura e tônus muscular.
Situado atrás do cérebro está o cerebelo, que é primariamente um centro para o controle dos movimentos iniciados pelo córtex motor (possui extensivas conexões com o cérebro e a medula espinhal). Como o cérebro, também está dividido em dois hemisférios. Porém, ao contrário dos hemisférios cerebrais, o lado esquerdo do cerebelo está relacionado com os movimentos do lado esquerdo do corpo, enquanto o lado direito, com os movimentos do lado direito do corpo.

• RESUMO • Anatomia do Sistema Digestório.

O trato digestório e os órgãos anexos constituem o sistema digestório. O trato digestório é um tubo oco que se estende da cavidade bucal ao ânus, sendo também chamado de canal alimentar ou trato gastrintestinal. As estruturas incluem: boca, faringe, esôfago, estômago, intestino delgado, intestino grosso, reto e ânus.
  O comprimento do trato gastrintestinal, medido no cadáver, é cerca de 9 metros. Na pessoa viva, porém, é menor devido à existência de um estado de précontração da musculatura lisa dos órgãos, chamado tônus muscular.
  Os órgãos digestórios acessórios são os dentes, a língua, as glândulas salivares, o fígado, vesícula biliar e o pâncreas. Os dentes auxiliam no rompimento físico do alimento e a língua auxilia na mastigação e na deglutição. Os demais nunca entram em contato direto com o alimento. Produzem ou armazenam secreções que passam para o tubo digestivo e auxiliam a decomposição química do alimento.

FUNÇÕES:
1- Destina-se ao aproveitamento pelo organismo, de substâncias estranhas ditas alimentares, que asseguram a manutenção de seus processos vitais;
2- Transformação mecânica e química das macromóléculas alimentares ingeridas (proteínas, carboidratos, etc.) em moléculas de tamanhos e formas adequadas para serem absorvidas pelas paredes do trato;
3- Transporte de alimentos digeridos, água e sais minerais da luz intestinal para os capilares sanguíneos da mucosa do intestino;
4- Eliminação de resíduos alimentares não digeridos e não absorvidos, juntamente com restos de células descamadas da parte do trato gastrintestinal e substâncias secretadas na luz do intestino.
 
Mastigação: desintegração parcial dos alimentos, processo mecânico e químico.
Deglutição: condução dos alimentos através da faringe para o esôfago.
Ingestão: introdução do alimento no estômago.
Digestão: desdobramento do alimento em moléculas mais simples.
Absorção: processo através do qual as partes digeridas são transportadas para os capilares através da parede dos órgãos.
Excreção: eliminação de substâncias não digeridas pelo trato gastrintestinal.

BOCA:
A boca, também referida como cavidade oral ou bucal, é formada pelas bochechas (formam as paredes laterais da face e são constituídas externamente por pele e internamente por mucosa), pelos palatos duro (osso) e mole (músculo), e pela língua (importante para o transporte de alimentos, paladar e fala). O palato mole se estende posteriormente na cavidade bucal como a úvula, que é uma estrutura com forma de letra V e que está suspensa na região superior e posterior da cavidade bucal.
A cavidade oral é onde o alimento é ingerido e preparado para a digestão no estômago e intestino delgado. O alimento é mastigado pelos dentes, e a saliva, proveniente das glândulas salivares, facilita a formação de um bolo alimentar controlável. A deglutição é iniciada voluntariamente na cavidade da boca. A fase voluntária do processo empurra o bolo da boca para a faringe – a parte expandida do trato digestório – onde ocorra a fase automática da deglutição.
A cavidade da boca consiste em duas partes: o vestíbulo da boca e a cavidade própria da boca. O vestíbulo da boca é o espaço semelhante a uma fenda entre os dentes e a gengiva e os lábios e as bochechas. A cavidade própria da boca é o espaço entre os arcos dentais superior e inferior. É limitada lateral e anteriormente pelos arcos alveolares maxilares e mandibulares que alojam os dentes. O teto da cavidade da boca é formado pelo palato. Posteriormente, a cavidade da boca se comunica com a parte oral da faringe. Quando a boca está fechada e em repouso, a cavidade da boca é completamenteocupada pela língua.

 
 
DENTES:
           Os dentes são estruturas cônicas, duras, fixadas nos alvéolos da mandíbula e maxila que são usados na mastigação e na assistência à fala. Crianças têm 20 dentes decíduos (primários ou de leite). Adultos normalmente apresentam 32 permanentes (secundários).
          Na época em que a criança está com 2 anos de idade, provavelmente já estará com um conjunto completo de 20 dentes de leite. Quando um adulto jovem já está entre 17 e 24 anos, geralmente está presente em sua boca um conjunto completo de 32 dentes permanentes.

LÍNGUA
A língua é o principal órgão do paladar e um importante órgão da fala, além de auxiliar na mastigação e deglutição dos alimentos. Localiza-se no assoalho da boca, dentro da curva do corpo da mandíbula.
A raiz é a parte posterior, por onde se liga ao osso hióide pelos músculos hioglosso e genioglosso, e pela membrana glossohióidea; à epiglote, por três pregas da mucosa; ao palato mole, pelos arcos palatoglossos, e à faringe, pelos músculos constritores superiores da faringe e pela mucosa.
O ápice é a extremidade anterior, um tanto arredondada, que se apóia contra a face lingual dos dentes incisivos inferiores.
A face inferior possui uma mucosa entre o assoalho da boca e a língua, na linha mediana, que forma uma prega vertical nítida, o frênulo da língua. No dorso da língua, encontramos um sulco mediano que divide a língua em duas partes simétricas.  Nos 2/3 anteriores do dorso encontramos as papilas linguais. Já no terço posterior encontramos numerosas glândulas mucosas e folículos linfáticos (tonsila lingual).

Papilas Linguais  são projeções do cório, abundantemente distribuídas nos 2/3 anteriores da língua, dando a essa região uma aspereza característica. Os tipos de papilas são: valadas, fungiformes, filiformes e simples.
 
Músculos da Língua - a língua é dividida em metades por um septo fibroso mediano que se estende por todo o seu comprimento e se fixa inferiormente no osso hióide. Em cada metade há dois conjuntos de músculos, extrínsecos e intrínsecos. Os músculos extrínsecos são: genioglosso, hioglosso, condroglosso, estiloglosso e palatoglosso. Os intrínsecos são: longitudinal superior, longitudinal inferior, transverso e vertical.
 
 
 
FARINGE:
A faringe é um tubo que se estende da boca até o esôfago. Apresenta suas paredes muito espessas devido ao volume dos músculos que a revestem externamente; por dentro, o órgão é forrado pela mucosa faríngea, um epitélio liso, que facilita a rápida passagem do alimento.
O movimento do alimento, da boca para o estômago, é realizado pelo ato da deglutição. A deglutição é facilitada pela saliva e muco, envolvendo a boca, a faringe e o esôfago.
 
Limites da Faringe:
  •   Superior - corpo do esfenóide e porção basilar do osso occipital.
  •   Inferior – esôfago.
  •   Posterior - coluna vertebral e fáscia dos músculos longo do pescoço e longo da cabeça.
  •   Anterior - processo pterigóideo, mandíbula, língua, osso hióide e cartilagens tireóide e cricóide.
  •   Lateral - processo estilóide e seus músculos.
A faringe pode ainda ser dividida em três partes: nasal (nasofaringe), oral (orofaringe) e laríngea (laringofaringe).
Parte Nasal - situa-se posteriormente ao nariz e acima do palato mole e se diferencia da outras duas partes por sua cavidade permanecer sempre aberta. Comunica-se anteriormente com as cavidades nasais através das coanas. Na parede posterior encontra-se a tonsila faríngea (adenóide).
Parte Oral - estende-se do palato mole até o osso hióide. Em sua parede lateral encontra-se a tonsila palatina.
Parte Laríngea - estende-se do osso hióide à cartilagem cricóide. De cada lado do orifício laríngeo encontra-se uma cavidade denominada recesso piriforme.

ESÔFAGO:
O esôfago é um tubo muscular que se estende entre da faringe ao estômago. Localiza-se posteriomente à traquéia, iniciando na altura da 7ª vértebra cervical. Perfura o diafragma pela abertura chamada hiato esofágico e termina na parte superior do estômago. Mede cerca de 25 centímetros de comprimento.

O esôfago é formado por três porções:
  •   Porção Cervical: porção que está em contato íntimo com a traquéia.
  •   Porção Torácica: é a porção mais importante, passa por trás do brônquio esquerdo (mediastino superior, entre a traquéia e a coluna vertebral).
  •   Porção Abdominal: repousa sobre o diafragma e pressiona o fígado, formando nele a impressão esofágica.
 
 

ESTÔMAGO:
O estômago está situado no abdome, logo abaixo do diafragma, anteriormente ao pâncreas, superior ao duodeno e à esquerda do fígado, parcialmente coberto pelas costelas. Está localizado no quadrante superior esquerdo do abdome, entre o fígado e o baço.
O estômago é o segmento mais dilatado do tubo digestivo, em virtude dos alimentos permanecerem nele por algum tempo, necessita ser um reservatório entre o esôfago e o intestino delgado. A forma e posição do estômago variam de pessoa para pessoa; o diafragma o empurra para baixo, a cada inspiração, e o puxa para cima, a cada expiração e por isso não pode ser descrita como típica.
O estômago é divido em 04 áreas (regiões) principais: cárdia, fundo, corpo e piloro. O fundo, que apesar do nome, situa-se no alto, acima do ponto onde se faz a junção do esôfago com o estômago. O corpo representa cerca de 2/3 do volume total.
          Para impedir o refluxo do alimento para o esôfago, existe uma válvula (orifício de entrada do estômago - óstio cárdico ou orifício esofágico inferior), a cárdia, situada logo acima da curvatura menor do estômago. É assim denominada por estar próximo ao coração.
           Para impedir que o bolo alimentar passe ao intestino delgado prematuramente, o estômago é dotado de uma poderosa válvula muscular, um esfíncter chamado piloro (orifício de saída do estômago - óstio pilórico). Pouco antes da válvula pilórica, encontramos uma porção denominada antropilórica. O estômago ainda apresenta duas partes: a curvatura maior, na margem esquerda gástrica, e a curvatura menor, na direita.

Funções Digestivas
  •   Digestão do alimento;
  •   Secreção do suco gástrico, que inclui enzimas digestivas e ácido hidroclorídrico como substâncias mais importantes;
  •   Secreção de hormônio gástrico e fator intrínseco;
  •   Regulação do padrão no qual o alimento é parcialmente digerido e entregue ao intestino delgado;
  •   Absorção de pequenas quantidades de água e substâncias dissolvidas.

INTESTINO DELGADO:
Os principais eventos da digestão e absorção ocorrem nele, portanto, sua estrutura é especialmente adaptada para essa função. Sua extensão fornece grande área de superfície para a digestão e absorção, sendo ainda muito aumentada pelas pregas circulares, vilosidades e microvilosidades.
O intestino delgado é de cerca de 7 metros de comprimento, podendo variar entre 5 e 8 metros (o comprimento de intestino delgado e grosso em conjunto após a morte é de 9 metros). Consiste em duodeno, jejuno e íleo, estende-se do piloro até a junção ileocecal onde o íleo une-se ao ceco, a primeira parte do intestino grosso.
            Duodeno: é a primeira porção do intestino delgado. Recebe este nome por ter seu comprimento aproximadamente igual à largura de doze dedos (25 centímetros). É a única porção do intestino delgado que é fixa. Não possui mesentério. Apresenta quatro partes:
1) Parte Superior ou 1ª porção - origina-se no piloro e estende-se até o colo da vesícula biliar.
           2) Parte Descendente ou 2ª porção - é desperitonizada.
                 Ducto colédoco - provêm da vesícula biliar e do fígado (bile).
                 Ducto pancreático - provêm do pâncreas (suco ou secreção pancreática).
           3) Parte Horizontal ou 3ª porção.
           4) Parte Ascendente ou 4ª porção.


                      Jejuno: é a parte do intestino delgado que faz continuação ao duodeno, recebe este nome porque sempre que é aberto se apresenta vazio. É mais largo (aproximadamente 4 centímetros), sua parede é mais espessa, mais vascular e de cor mais forte que o íleo.
                     Íleo: é o último segmento do intestino delgado que faz continuação ao jejuno. Recebe este nome por relação com osso ílio. É mais estreito e suas túnicas são mais finas e menos vascularizadas que o jejuno. Distalmente, o íleo desemboca no intestino grosso num orifício que recebe o nome de óstio ileocecal.
                      Juntos, o jejuno e o íleo medem 6 a 7 metros de comprimento. A maior parte do jejuno situa-se no quadrante superior esquerdo, enquanto a maior parte do íleo situa-se no quadrante inferior direito. O jejuno e o íleo, ao contrário do duodeno, são móveis.
 

INTESTINO GROSSO:
O intestino grosso pode ser comparado com uma ferradura, aberta para baixo, mede cerca de 6,5 centímetros de diâmetro e 1,5 metros de comprimento. Ele se estende do íleo até o ânus e está fixo à parede posterior do abdômen pelo mesocolo.
Absorve a água com tanta rapidez que, em cerca de 14 horas, o material alimentar toma a consistência típica do bolo fecal. O intestino grosso apresenta algumas diferenças em relação ao intestino delgado: o calíbre, as tênias, os haustros e os apêndices epiplóicos. É mais calibroso que o intestino delgado, por isso recebe o nome de intestino grosso. O calibre vai gradativamente afinando conforme vai chegando no canal anal.
As tênias do cólon (fitas longitudinais) são três faixas de aproximadamente um centímetro de largura e que percorrem o intestino grosso em toda sua extensão. São mais evidentes no ceco e no cólon ascendente. Os haustros do cólon (saculações) são abaulamentos ampulares separados por sulcos transversais. Os apêndices epiplóicos são pequenos pingentes amarelados constituídos por tecido conjuntivo rico em gordura. Aparecem principalmente no cólon sigmóide.
          O intestino grosso é dividido em 4 partes principais: ceco (cecum), cólon (ascendente, transverso, descendente e sigmóide), reto e ânus. A primeira é o ceco, segmento de maior calibre, que se comunica com o íleo. Para impedir o refluxo do material proveniente do intestino delgado, existe uma válvula localizada na junção do íleo com o ceco - válvula ileocecal (ileocólica). No fundo do ceco, encontramos o Apêndice Vermiforme.
            A porção seguinte do intestino grosso é o cólon, segmento que se prolonga do ceco até o ânus.
Cólon Ascendente - Cólon Transverso - Cólon Descendente - Cólon Sigmóide
Cólon Ascendente – é a segunda parte do intestino grosso. Passa para cima do lado direito do abdome a partir do ceco para o lobo direito do fígado, onde se curva para a esquerda na flexura direita do colo (flexura hepática).
Cólon Transverso – é a parte mais larga e mais móvel do intestino grosso. Ele cruza o abdome a partir da flexura direita do colo até a flexura esquerda do colo, onde curva-se inferiormente para tornar-se colo descendente. A flexura esquerda do colo (flexura esplênica), normalmente mais superior, mais aguda e menos móvel do que a flexura direita do colo.
Cólon Descendente – passa retroperitonealmente a partir da flexura esquerda do colo para a fossa ilíaca esquerda, onde ele é contínuo com o colo sigmóide.
Cólon Sigmóide – é caracterizado pela sua alça em forma de “S”, de comprimento variável. O colo sigmóide une o colo descendente ao reto. A terminação das tênias do colo, aproximadamente a 15cm do ânus, indica a junção reto-sigmóide.
        Flexura Hepática - entre o cólon ascendente e o cólon transverso.
        Flexura Esplênica - entre o cólon transverso e o cólon descendente.
              O reto recebe este nome por ser quase retilíneo. Este segmento do intestino grosso termina ao perfurar o diafragma da pelve (músculos levantadores do ânus) passando a se chamar de canal anal. Este, apesar de bastante curto (3 centímetros de comprimento), é importante por apresentar algumas formações essenciais para o funcionamento intestinal, dentre as quais citamos os esfíncteres anais.
              O esfíncter anal interno é o mais profundo, e resulta de um espessamento de fibras musculares lisas circulares, sendo consequentemente involuntário. O esfíncter anal externo é constituído por fibras musculares estriadas que se dispõem circularmente em torno do esfíncter anal interno, sendo este voluntário. Ambos os esfíncteres devem relaxar antes que a defecação possa ocorrer.
 

Funções do Intestino Grosso
  Absorção de água e de certos eletrólitos;
  Síntese de determinadas vitaminas pelas bactérias intestinais;
  Armazenagem temporária dos resíduos (fezes);
  Eliminação de resíduos do corpo (defecação).

PERITÔNIO:
O peritônio é a mais extensa membrana serosa do corpo. A parte que reveste a parede abdominal é denominada peritônio parietal e a que se reflete sobre as vísceras constitui o peritônio visceral. O espaço entre os folhetos parietal e visceral do peritônio é denominado cavidade peritoneal.
Determinadas vísceras abdominais são completamente envolvidas por peritônio e suspensas na parede por uma delgada lâmina fina de tecido conjuntivo revestida pela serosa, contendo os vasos sanguíneos. A estas pregas é dado o nome geral de mesentério.  E estes são: o mesentério propriamente dito, o mesocólon transverso e o mesocólon sigmóide. Em adição a estes, estão presentes, algumas vezes, um mesocólon ascendente e um descendente.
O mesentério propriamente dito – tem origem nas estruturas ventrais da coluna vertebral e mantém suspenso o intestino delgado.
O mesocólon transverso – prende o cólon transverso à parede posterior do abdome.
O mesocólon sigmóide – mantém o cólon sigmóide em conexão com a parede pélvica.
O mesocólon ascendente e descendente – ligam o cólon ascendente a descendente à parede posterior do abdome.
O peritônio apresenta dois omentos: o maior e o menor. O maior é um delgado avental que pende sobre o cólon transverso e as alças do intestino delgado. Está inserido ao longo da curvatura maior do estômago e da primeira porção do duodeno. O omento menor estende-se da curvatura menor do estômago e da porção inicial do duodeno até o fígado.
 

ÓRGÃOS ANEXOS:
Os órgão anexos do sistema digestório são:

GLÂNDULAS:
O aparelho digestório é considerado como um tubo, recebe o líquido secretado por diversas glândulas, a maioria situadas em suas paredes como as da boca, esôfago, estômago e intestinos. Algumas glândulas constituem formações bem individualizadas, localizando nas proximidades do tubo, como qual se comunicam através de ductos, que servem para o escoamento de seus produtos de elaboração.
As glândulas salivares são divididas em 2 grandes grupos: glândulas salivares menores e glândulas salivares maiores. A saliva é um líquido viscoso, claro, sem gosto e sem odor que é produzido por essas glândulas e pelas glândulas mucosas da cavidade da boca.
Glândulas salivares menores: constituem pequenos corpúsculos ou nódulos disseminados nas paredes da boca, como as glândulas labiais, palatinas linguais e molares. Glândulas salivares maiores: são representadas por 3 pares que são as parótidas, submandibulares e sublinguais.
Glândula parótida - a maior das três e situa-se na parte lateral da face, abaixo e adiante do pavilhão da orelha. Irrigada por ramos da artéria carótida externa. Inervada pelo nervo auriculotemporal, glossofaríngeo e facial.
Glândula submandibular - é arredondada e situa-se no triângulo submandibular. É irrigada por ramos da artéria facial e lingual. Os nervos secretomotores derivam de fibras parassimpáticas craniais do facial; as fibras simpáticas provêm do gânglio cervical superior.
Glândula sublingual - é a menor das três e localiza-se abaixo da mucosa do assoalho da boca. É irrigada pelas artérias sublinguais e submentonianas. Os nervos derivam de maneira idêntica aos da glândula submandibular.

FÍGADO:
 O fígado é a maior glândula do organismo, e é também a mais volumosa víscera abdominal. Sua localização é na região superior do abdômen, logo abaixo do diafragma, ficando mais a direita, isto é, normalmente 2/3 de seu volume estão à direita da linha mediana e 1/3 à esquerda. Pesa cerca de 1.500g e responde por aproximadamente 1/40 do peso do corpo adulto.
O fígado apresenta duas faces: diafragmática e visceral. A face diafragmática (ântero superior) é convexa e lisa relacionando-se com a cúpula diafragmática. A face visceral (postero inferior) é irregularmente côncava pela presença de impressões viscerais.
 O fígado é dividido em lobos. A face diaframática apresenta um lobo direito e um lobo esquerdo, sendo o direito pelo menos duas vezes maior que o esquedo. A divisão dos lobos é estabelecida pelo ligamento falciforme. Na extremidade desse ligamento encontramos um cordão fibroso resultante da obliteração da veia umbilical, conhecido como ligamento redondo do fígado.
  A face visceral é subdividida em 4 lobos (direito, esquerdo, quadrado e caudado) pela presença de depressões em sua área central, que no conjunto se compõem formando um "H", com 2 ramos antero-posteriores e um tranversal que os une. Embora o lobo direito seja considerado por muitos anatomistas como incluindo o lobo quadrado (inferior) e o lobo caudado (posterior) com base na morfologia interna, os lobos quadrado e caudado pertencem mais apropriadamente ao lobo esquerdo.
 

Entre o lobo direito e o quadrado encontramos a vesícula biliar e entre o lobo direito e o caudado, há um sulco que aloja a veia cava inferior. Entre os lobos caudado e quadrado, há uma fenda transversal: a porta do fígado (pedículo hepático), por onde passam a artéria hepática, a veia porta, o ducto hepático comum, os nervos e os vasos linfáticos.
Aparelho Excretor do Fígado - é formado pelo ducto hepático, vesícula biliar, ducto cístico e ducto colédoco. O fígado é um órgão vital, sendo essencial o funcionamento de pelo menos 1/3 dele - além da bile que é indispensával na digestão das gorduras - ele desempenha o importante papel de armazenador de glicose e, em menor escala, de ferro, cobre e vitaminas.
A função digestiva do fígado é produzir a bile, uma secreção verde amarelada, para passar para o duodeno. A bile é produzida no fígado e armazenada na vesícula biliar, que a libera quando gorduras entram no duodeno. A bile emulsiona a gordura e a distribui para a parte distal do intestino para a digestão e absorção.

Outras funções do fígado são:
        Metabolismo dos carboidratos;
        Metabolismo dos lipídios;
        Metabolismo das proteínas;
        Processamento de fármacos e hormônios;
        Excreção da bilirrubina;
        Excreção de sais biliares;
        Armazenagem;
        Fagocitose;
        Ativação da vitamina D.
 
VESÍCULA BILIAR:
A vesícula Biliar (7 – 10cm de comprimento) situa-se na fossa da vesícula biliar na face visceral do fígado. Esta fossa situa-se na junção do lobo direito e do lobo quadrado do fígado. A relação da vesícula biliar com o duodeno é tão íntima que a parte superior do duodeno normalmente é manchada com bile no cadáver. A vesícula biliar tem capacidade para até 50 ml de bile.
O Ducto Cístico (4 cm de comprimento) liga a vesícula biliar ao Ducto Hepático comum (união do ducto hepático direito e esquerdo) formando o Ducto Colédoco. O comprimento varia de 5 a 15 cm. O ducto colédoco desce posterior à parte superior do duodeno e situa-se na face posterior da cabeça do pâncreas. No lado esquerdo da parte descendente do duodeno, o ducto colédoco entra em contato com o ducto pancreático principal.
A função da vesícula é armazenar a bile (substância que tem a função de digerir gorduras e captar nutrientes ao passarem pelo intestino) segregada pelo fígado, que chega nela através dos condutos hepático e cístico e lá permanece até ser solicitada pelo aparelho digestório. 

PÂNCREAS:
O pâncreas, parte exócrina, produz o suco pancreático que entra no duodeno através dos ductos pancreáticos; a parte endócrina secreta glucagon e insulina, que entram no sangue. O pâncreas produz diariamente 1200 – 1500ml de suco pancreático.
O pâncreas é achatado no sentido ântero-posterior, ele apresenta uma face anterior e outra posterior, com uma borda superior e inferior e sua localização é posterior ao estômago. O comprimento varia de 12,5 a 15 cm e seu peso, na mulher, é de 14,95g e, no homem, 16,08g. Divide-se em cabeça (aloja-se na curva do duodeno), colo, corpo (dividido em três partes: anterior, posterior e inferior) e cauda.
Ducto Pancreático - O ducto pancreático principal começa na cauda do pâncreas e corre para sua cabeça, onde se curva inferiormente e está intimamente relacionada com o ducto colédoco. O ducto pancreático se une ao ducto colédoco (fígado e vesícula biliar) e entra no duodeno como um ducto comum chamado ampola hepatopancreática.
 
 
O pâncreas tem as seguintes funções:
        Dissolver carboidrato (amilase pancreática);
        Dissolver proteínas (tripsina, quimotripsina, carboxipeptidase e elastase);
        Dissolver triglicerídios nos adultos (lipase pancreática);
        Dissolver ácidos nucléicos (ribonuclease e desoxirribonuclease).