A conjuntivite neonatal (CN) é definida como uma conjuntivite purulenta do recém-nascido, no primeiro mês de vida, usualmente contraída durante o seu nascimento, a partir do contato com secreções genitais maternas contaminadas. A epidemiologia desta condição mudou radicalmente com a introdução do método de Credé, em 1881, que consistia na aplicação de uma gota de solução aquosa de nitrato de prata (NP) a 2%, após a limpeza dos olhos. Esse procedimento reduziu dramaticamente a incidência da CN. Posteriormente, a solução de NP a 1% passou a ser o método de Credé, por ser menos irritante que a 2%. A grande maioria dos casos de CN infecciosa é adquirida durante a passagem pelo canal do parto e reflete as infecções sexualmente transmissíveis (IST) presentes na comunidade. Com relação aos agentes microbianos, no Manual DST AIDS do MS de 2006 são reportados como os mais importantes a Neisseria gonorrhoeae (agente etiológico da gonorreia) e a Chlamydia trachomatis (agente etiológico da clamídia). A CN viral é quase exclusivamente herpética, tendo em vista o grande número de agentes que se podem apresentar de forma semelhante, a etiologia da CN não pode ser definida com base apenas na clínica, fazendo-se necessário o uso de métodos laboratoriais. Talvez a justificativa mais importante para a necessidade de identificação do agente etiológico é que, ao contrário da conjuntivite do adulto, a CN implica em maior risco de complicações locais e significativo potencial de complicações sistêmicas, de gravidade dependente do microorganismo, necessitando de pronto tratamento direcionado ao agente específico.
Uma publicação compartilhada por ❌ No Caminho da Enfermagem (@nocaminhodaenfermagem) em
Nenhum comentário:
Postar um comentário